quarta-feira, 5 de março de 2014

Cara-pintada!

O post mais visualizado do blog é disparado esse aqui de Purim! Imagino que seja por causa das sugestões de fantasias. As pessoas acabam chegando nele quando procuram no Google por idéias de fantasias caseiras pro Carnaval.



E mais uma vez Purim está chegando! Eu adoro essa história de me fantasiar, mas agora com filhos pequenos, minha diversão é pensar nas fantasias deles. O mês de Adar acabou de começar e os 2 já se fantasiaram no shabat e foram com desenhos no rosto para a creche todos os dias! Hahahah!!! As professoras me acham louca com certeza!

Eu acho muito mais legal montar as fantasias em casa do que comprar tudo pronto, e parte da minha diversão é pensar na maquiagem. Meu filho praticamente não fica parado, então é bem difícil conseguir fazer uma coisa trabalhada. Minha filha até fica mais quietinha, mas como é pequena, acaba colocando a mão e borrando tudo! Mas o pior é quando eles cismam de se maquiar sozinhos, vocês não imaginam o tamanho do estrago! Hahahah!!!

Eu até tenho aqueles kits de maquiagem para crianças, mas minha impressão é de que são apenas batons bem grossos e de cores fortes. E batom borra muitooo! Como tenho uma variedade boa de produtos de make, normalmente faço o contorno com o lápis, preencho com batom e passo por cima uma sombra, pra fixar. Parece um trabalhão, mas dá pra fazer super rápido. E eu nem sou especialmente habilidosa...

Pesquisei imagens na internet para servir de inspiração para maquiagem infantil descomplicada e achei opções bem legais!

Borboleta

Dálmata

Gatinho

Hello Kitty

Joaninha

Palhaço

Pirata

Vampiro

Índio

Façam como eu e comecem a treinar desde já! Só não me culpem pelas roupas e sofá manchados...

segunda-feira, 3 de março de 2014

Brazucas no Baby Boom - lágrimas e reflexões

Nas últimas 6 semanas, todos os domingos a partir das 21:00 eu parei para chorar durante quase 1 hora e meia. Esse era o horário do programa Baby Boom (falei sobre a estréia aqui), cuja primeira temporada terminou ontem.


Para fechar com chave de ouro, um casal de brasileiros: Jéssica Terpins e Giba Perelman. Ela faz parte de um grupo no Facebook de mães brazucas em Israel e já tinha avisado por lá que participaria, mas eu não imaginava que ia ser tão emocionante! Não a toa a produção deixou a história deles para o final. Bossa-nova ao vivo na sala de parto, português e um parto difícil e demorado que me lembrou muito o meu primeiro. Receita para um mar de lágrimas. Kol hakavod para ela pela força e para ele pelo companheirismo!


Se o vídeo travar, assistam aqui.

Além de trazer emoções a flor da pele, o programa me fez refletir sobre algumas coisas. Achei muito curioso a grande quantidade de mulheres que queriam dar a luz sem anestesia. Meu pai é anestesista e cresci ouvindo que não há motivo para sentir dor se existem formas de evitá-la. Como qualquer procedimento médico, há riscos, mas hoje em dia, a epidural é uma técnica praticada com bastante segurança. O principal fator "contra", é que muitas vezes a mulher não sente as pernas e então acaba não sabendo quando fazer força e isso pode atrasar um pouco o processo. Por outro lado, muitas vezes a anestesia traz o alívio e a calma de que a mulher precisa para passar pelo parto com serenidade. 

Maayan: guerreira que deu a luz sem anestesia

Eu vivi um pouco de cada uma dessas sensações. Fiquei em trabalho de parto sem anestesia por quase 24 horas (a epidural não "pegava") e no final fiz cesariana. E na segunda vez, passei pelas contrações anestesiada, mas quando dei a luz de fato, estava sem anestesia. Enfim, eu acho que no meu caso, a epidural só trouxe benefícios.

Outro ponto que me chamou a atenção foi como as israelenses valorizam e desejam o parto normal. Em vários casos, elas nitidamente encaravam como fracasso a necessidade de elemento externo (como vácuo) ou de cesariana. Eu me identifiquei, porque também me senti assim quando o médico me disse que teríamos que fazer cesária, mas senti um choque cultural muito grande em relação ao que acontece no Brasil.

Parto normal

Li numa reportagem da Veja que hoje, 80% dos partos feitos em hospitais particulares brasileiros são cesarianas. Na rede pública, as cirurgias representam 40% do total. O Brasil é o segundo colocado no ranking da OMS entre os países com maior percentual de cesárias por nascimento. Meu médico israelense, inclusive, foi palestrante em uma conferência em Brasília realizada pelo Ministério da Saúde que tinha como objetivo incentivar o parto normal no Brasil. Ele foi para explicar como funciona o sistema aqui em Israel, onde as cirurgias respondem por cerca de 20% dos nascimentos (detalhe: os israelenses acham esse percentual altíssimo). 

Cesariana

Costuma-se culpar os médicos, que por comodismo, preferem as cirurgias, mesmo sem real necessidade, mas muitas vezes o comodismo vem também das mamães. Já ouvi histórias de mulheres que anteciparam os partos porque o nono mês da gravidez é o mês em que mais se engorda. Dá pra acreditar nisso???? Se não me engano, todas as minhas amigas de infância tiveram seus filhos através de cesarianas, e mesmo aquelas que gostariam de ter tido parto normal, dizem que é praticamente impossível brigar com o sistema. 

A visão judaica é de que D's sabe qual é o melhor momento para que o bebê venha ao mundo e por isso, não se deve induzir ou antecipar um nascimento, se não há risco de vida ao se levar adiante a gravidez.

O nascimento de um filho é um evento maravilhoso e mágico de qualquer maneira, mas que o parto normal tem um gostinho especial, isso tem. Palavra que de quem já passou pelos dois.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Next - meu novo vício online

Aqui em Israel, todo mundo sabe que existe um oligopólio no setor de varejo. Você pode ir em qualquer centro comercial em qualquer parte do país: de Norte a Sul são absolutamente as mesmas lojas! Fox, Castro, Renuar, TNT, Honigman, Hoodies, Aldo, Spring, Gazit, Nimrod, Shilav, Keds, Solog, Magnolia, TopTen, Michal Negrin. Só dá elas. É um déjà-vu constante na hora de fazer compras. E subindo ao nível corporativo, os grupos controladores dessas marcas são apenas uns 2 ou 3...

Onipresente
O pior é que além de serem as mesmas lojas, as roupas que elas vendem são mega sem-graça... No caso de vestuário infantil a situação não é diferente: tudo muito básico, estampas esquisitas, modelagens simples, sem nenhum charme especial. Uma tristeza. Para complementar as roupas que minha mãe, meu pai e minha sogra compravam nos EUA e no Brasil, era todo um contorcionismo. A Carter's não entrega aqui e a Children's Place cobra uma fortuna pelo frete.

Até que eu descobri a amada Next e meus "pobremas se acabaram-se"! Trata-se de uma rede de lojas inglesa, estilo "magazine" que vende de tudo. As roupas são lindas, de excelente qualidade e, ao contrário do que eu esperava (1 libra vale mais ou menos 6 shekalim!), os preços são super justos, mais baratos do que encontramos por aqui. E eles não cobram frete pra cá!



Quando fui buscar minha primeira compra nos Correios (aqui em Israel não tem porteiro, então o que não cabe na caixa de correio, temos que buscar numa agência), fiquei assustada: sem exageros, 40% de todas as encomendas nas prateleiras eram da Next!

Certa vez, liguei para o Customer Service deles para perguntar sobre um pedido, e a atendente respondeu: "Desculpe senhora, mas é que vocês israelenses gostam muito dos nossos produtos e a quantidade de pedidos deu um salto gigantesco. Por isso, a alfândega em Israel foi surpreendida com tantas compras de um mesmo fornecedor, e passaram a abrir muitas encomendas. Peço desculpas pelo incômodo". Hahahaha!!! No final a encomenda acabou chegando depois do prazo e eles devolveram T-O-D-O o meu dinheiro!

Coleção outono/inverno para meninas

Coleção primavera/verão para meninos


Desde então, fiz outras compras e não teve absolutamente nada de que eu não gostei ou que era mal-acabado e tal. Então, moças, podem se jogar na Next que vale a pena! Eu ontem mesmo comecei a fazer os pedidos de roupas de primavera/verão para as crianças. Aliás, é bom lembrar que encomendas até $75.00 não são tributadas aqui em Israel, então se quiserem comprar mais do que isso, dividam os pedidos e dêem um intervalo de uns 3 dias entre cada um.

Boas compras!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Revolução Anitta

Eu sempre amei dançar! Era péssima em quase todos os esportes, mas dançar era comigo mesmo! Comecei a fazer jazz com 3 anos e nunca mais parei. Fiz ballet clássico, sapateado, jazz de novo, dança israeli... E amava sair pra dançar qualquer que fosse o ritmo. Ia sempre na quadra da Mangueira, no forró, micareta e até em baile funk. Até que comecei um processo de teshuvá e não consegui mais encontrar um espaço para dançar que se adequasse aos meus "novos" valores. E sentia muita, mas muita falta!


Até que um dia, vi na internet uma reportagem sobre uma nova cantora popular que estava fazendo um mega sucesso no Brasil, e resolvi assistir o clipe que ela estava lançando.

Assim que a Anitta começou a dançar a coreografia de "Show das Poderosas", fiquei fascinada! Caramba, queria dançar que nem essa mulher!!! Comecei a pesquisar e achei um vídeo de um professor de dança que ensinava uma coreografia para aquela música. E descobri que, na verdade, esse professor tinha um canal no YouTube onde ele ensinava passo-a-passo a coreografia de várias músicas! Fiquei viciada no canal do Daniel Saboya e percebi que eu podia dançar em casa sem nenhum problema de halachá. Ninguém ia me ver mesmo...


A dança fez eu me sentir tão bem, mas tão bem, que resolvi procurar aulas de dança só para mulheres aqui em Modi'in. Comecei a fazer aula de zumba e vi que tinham várias outras mulheres religiosas! Era tão engraçado vê-las chegando todas cobertas e de repente estavam todas de calça legging, top e cabelo solto! E rebolando! Hahahah!!! Eu não poderia esperar pelo gingado brasileiro, mas a aula era super legal!!!

Como religiosas, muitas vezes acabamos deixando um pouco de lado o exercício físico e outras atividades que melhoram a saúde e geram bem-estar, mas não pode ser assim, gente! A própria Torá nos orienta a cuidarmos do nosso corpo com muita atenção. Essa experiência me deu uma injeção de endorfina e auto-estima, e influenciou positivamente vários outros aspectos da minha vida. Desde o humor até a alimentação. Uma revolução mesmo!

É verdade que muitas vezes as músicas boas de dançar têm letras que são super "não-tzanua", escrachadas e falam de assuntos que não tem nada a ver com o meu mundo, mas o ritmo é contagiante, e filtrando as mais pesadas, dá pra montar uma boa seleção!

Não tenho mais ido na aula de zumba por causa do horário, mas como amei voltar a dançar, dei um "jeitinho" e arranjei um exercício que substitui parcialmente essa necessidade: faço caminhadas de manhã ouvindo samba, funk, axé e todos os ritmos gostosos de dançar. Quem me vê andando deve me achar completamente doida, cantando toda feliz! Hahahah!!! Ah, e também não perco um vídeo que o Daniel Saboya posta! Ele é o melhor!

Religiosas americanas treinando running com sua "coach"
Cada uma com seus gostos e preferências, o importante é se exercitar e se distrair um pouco do dia-a-dia corrido e cansativo. Vamos se mexer, meninas!

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Jóia rara

Para quem gosta de moda, a última Parashá (Tetsavê) foi um prato cheio! Dando continuidade ao assunto do mishkán ("tabernáculo"), a Torá descreve em detalhes como deveriam ser as vestimentas do Cohen e do Cohen HaGadol. Roupas de baixo, túnicas de linho, cinto, turbante, colete: todos minuciosamente descritos. Cores, comprimentos, tecidos, materiais e quantidades foram todos definidos por D's. O objetivo da roupa tão luxuosa: "l'kavod u l'tiferet"; "para dignidade/honra e beleza".

Além de levantar a questão do valor da beleza e da estética no Judaismo (pretendo me aprofundar nisso em um post ainda essa semana), um item em particular da vestimenta do Cohen HaGadol me despertou curiosidade: o "Choshen". O Choshen era um peitoral feito de linho rebordado e cravejado de pedras preciosas emolduradas em ouro. As pedras tinham uma ordem específica e cada uma tinha em si gravado o nome de uma das 12 Tribos a que representavam.



O Choshen chamou a minha atenção por 2 motivos: o bairro onde eu moro, em Modi'in, se chama Avnei Chen ("pedras preciosas" em hebraico) e cada rua tem o nome de uma das 12 pedras do Choshen. O engraçado é que a minha rua é a única do bairro que não tem nada a ver com o assunto, chama-se Migdal Yam ou "Torre do Mar". Nada a ver mesmo, até porque infelizmente estamos muuuito longe do mar...

Escultura na entrada do bairro Avnei Chen, em Modi'in

O outro motivo é que cresci ouvindo minha amada vovó Rosa (z"l)  falar sobre pedras preciosas, semi-preciosas, lapidações, quilates e etc. Aliás, até sonhei com ela nesse shabat! Incrível!

Há muitas controvérsias em torno da identificação das pedras descritas na Torá, com base na nomenclatura que se usa hoje em gemologia, mas em geral a idéia mais aceita é a seguinte:



1ª fila:
* Odem: Rubi
* Pitedah: Topázio ou Crisolita
* Bareket: Esmeralda

2ª fila:
* Nofech: Malaquita ou Turqueza
* Sapir: Safira ou Lápis-lázuli
* Yahalom: Diamante

3ª fila:
* Leshem: Âmbar ou Zircônia amarela
* Sebo: Ágata
* Achlamá: Ametista

4ª fila:
* Tarshish: Água-marinha
* Shoham: Berilo
* Yashfeh: Jaspe

E é claro que aqui em Israel não faltam jóias inspiradas no Choshen e joalherias chamadas "Avnei Choshen", "Choshen" e etc:






Agora você já sabe: no próximo aniversário, pode pedir uma linda jóia de presente e dizer que é em homenagem à Parashá Tetsavê! ;D

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Esse é o meu povo!

Esse vídeo foi lançado hoje de manhã no canal oficial de Israel no YouTube!

Amei tudo! As misturas entre antigo e moderno, religioso e laico, jovem e velho, arte e ciência, sol e neve são a essência da sociedade israelense atual.

Espero que gostem!



Shabat shalom!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Kasher com prazer

Fazer parte do Guia Michelin significa a glória para qualquer restaurante mundo afora. Avaliando restaurantes desde 1926, o guia envia "inspetores" anônimos aos restaurantes para que escrevam sobre suas experiências e a aquisição de uma estrela tem consequências imediatas no sucesso do estabelecimento.

Em dezembro, o Restaurant 1701 de Londres conseguiu entrar para o seleto grupo de estrelados, com alguns detalhes: o restaurante estava aberto há apenas 6 meses, é kasher e funciona dentro de uma sinagoga centenária!

A idéia do proprietário era celebrar e atualizar a culinária judaica de maneira requintada, algo que não costuma-se ver por ai. No início buscaram chefs não-judeus, para que viessem sem "bagagem", mas ironicamente, acabaram contratando um chef israelense! Pratos como guefilte fish, kreplach e fígado foram re-interpretados e tornaram-se quase irreconhecíveis nas mãos da equipe.

Guefilte Fish

Salada israelense

Kreplach

Irreconhecíveis e quase invisíveis também, né? Tem que jantar antes de sair para jantar! =D

A decoração do espaço é minimalista, e o principal destaque são as janelas, que oferecem uma visão do interior da sinagoga mais antiga de Londres.




Encontrar restaurantes kasher que consigam unir qualidade, modernidade e ambiente elegante é missão quase impossível até mesmo aqui em Israel. Não digo que não haja, mas são bem poucos, quase todos em Jerusalém. A maioria dos restaurantes estrelados daqui não são kasher... Não consigo entender muito bem o motivo, mas me parece ser resultado daquela idéia errada de que "religiosos não ligam para conforto, beleza e qualidade". Esse pensamento equivocado permeia vários aspectos da sociedade israelense e eu acho isso tão bobo, tão "rosh katan", como se diz aqui... Tenho certeza de que todos que empreenderem no sentido contrário desse esteriótipo terão sucesso em qualquer área! Acredito mesmo!

Enquanto isso não acontece, peguemos a próxima ponte-aérea Tel Aviv-Londres! ;D

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